Durante a manha de sábado (24) foi realizado o encontro das 500 Mulheres por todas as crianças nos CEINF’s, contando com a presença da professora, socióloga e feminista Ana Maria Gomes fez uma palestra sobre “O papel do CEINF na autonomia feminina e na promoção da igualdade no mundo do trabalho”.
A vereadora Luiza Ribeiro abriu o encontro falando dos problemas enfrentados pelas mulheres na busca por uma sociedade mais igualitária. Atualmente, na política, o Brasil tem uma das piores representações das mulheres do mundo, isso em razão de vários fatores entre eles a necessidade de sustentarem o lar e a falta de vaga nos CEINF’s. Em Campo Grande, por exemplo, as mulheres sustentam 40% dos lares e a falta de CEINF’s impedem a mulher de trabalhar, estudar e lutar pelo seu espaço na política.
“As mulheres ganham menos que os homens e ainda sofrem violência constantemente, no Brasil a cada 4 minutos uma mulher da entrada no SUS em busca de atendimento depois de sofrer violência, isso precisa ser mudado, existente uma necessidade latente de políticas eficazes de inserção da mulher nos parlamentos para que políticas que influenciam o nosso cotidiano seja construídas e efetivamente aplicadas”. Comentou Luiza.
Ana Maria Gomes inicia sua fala com os vários processos de luta que as mulheres enfrentaram como terem o direito ao voto, direito de saírem de casa para trabalhar, liberdade para usarem calça comprida, ou escolheres suas profissões, etc.
“E estas não são questões pessoais, e sim um conjunto de fatores que evidenciam a desigualdade que existe entre homens e mulheres. E para mudarmos esta realidade precisamos de mulheres que fazem política de forma diferente, como é o caso da Luiza. Ela se doa, porque infelizmente algumas mulheres fazem política como homens, esmagando outras mulheres. Precisamos, assim como as feministas fazem de outra relação de poder no parlamento brasileiro. Uma relação que detecta e compreende as particularidades do universo da mulher, que é bem distinto dos homens, por exemplo, a preocupação com creche é extremamente pertinente neste contexto, pois se a mulher não tem onde deixar o filho com segurança ela não poderá trabalhar e lutar por mais igualdade”. Comentou a professora.
O evento que teve participação de lideranças e feministas terminou com um ato simbólico, uma fita amarela amarrada do pulso, caracterizando um pacto de luta das mulheres pelas mulheres.