A vereadora Luiza Ribeiro (PT), presidente da Comissão Permanente de Políticas e Direitos das Mulheres, de Cidadania e Direitos Humanos, convocou uma Audiência Pública para discutir a crítica falta de vagas na educação infantil em Campo Grande. O evento está marcado para a próxima segunda-feira (19), às 9h, na Câmara Municipal.
Esse assunto já foi pautado anteriormente pela vereadora, que acompanha de perto a situação alarmante das vagas em Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil). Em julho deste ano, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) divulgou uma nova lista com 8.470 crianças de 0 a 3 anos aguardando por uma vaga, um aumento significativo que evidencia a urgência do problema.
“A educação infantil é a base da educação escolar e deve atender todas as crianças desde o nascimento. É um direito garantido por lei e uma responsabilidade do Estado. As evidências científicas mostram que esse é o investimento que traz maior retorno social e econômico”, afirmou a vereadora Luiza Ribeiro.
A educação infantil, especialmente na faixa etária de 0 a 3 anos, é crucial para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças. Estudos indicam que crianças que frequentam a educação infantil de qualidade têm melhores habilidades linguísticas, maior capacidade de resolver problemas e um desenvolvimento emocional mais equilibrado. A longo prazo, esses benefícios se traduzem em maior sucesso escolar, melhores oportunidades de emprego e até mesmo melhor saúde.
A crescente demanda por vagas tem levado muitas famílias a buscar auxílio jurídico através de mutirões organizados pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. A falta de vagas afeta especialmente as mulheres, que precisam de um local seguro para deixar seus filhos enquanto trabalham, tornando essa questão um problema urgente e prioritário.
“Precisamos de medidas efetivas para ampliar a oferta de vagas na Educação Infantil, assegurando a todas as crianças o direito a uma educação de qualidade e inclusiva. Investir nessa etapa educacional não beneficia apenas as crianças individualmente, mas contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, disse a vereadora.
Além do déficit de vagas, a audiência pública abordará a qualidade das instalações e a capacidade das escolas existentes. Atualmente, a maioria das Emeis em Campo Grande operam em sua capacidade máxima, e a falta de estrutura adequada tem impactado diretamente a qualidade do ensino e o bem-estar das crianças.
“A construção dessas 34 novas escolas é vista como a solução definitiva para eliminar a fila de espera. Medidas paliativas, como o aumento de salas de aula através de estruturas modulares ou contêineres, podem reduzir a demanda temporariamente, mas apresentam riscos, como a sobrecarga das instalações”, aponto Luiza, que visitou as 106 Emeis de Campo Grande convidando as equipes para audiência.
Para enriquecer o debate, a audiência contará com a participação de Sumika de Freitas, doutora em educação infantil e representante do movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil, que trará uma perspectiva técnica e nacional sobre o tema.