CPI do Transporte revela que contrato com Consórcio Guaicurus está há mais de 12 anos sem fiscalização efetiva da Prefeitura

Durante oitiva realizada na CPI do Consórcio Guaicurus, instalada na Câmara Municipal de Campo Grande nesta quarta-feira (07), foi revelado que, em mais de 12 anos de contrato, a Prefeitura de Campo Grande realizou apenas uma auditoria no sistema de transporte coletivo da cidade. A falta de fiscalização contínua chama atenção diante da dimensão do contrato, que movimenta cerca de R$ 200 milhões por ano, sem contar a isenção fiscal estimada em mais R$ 10 milhões anuais.

A vereadora Luiza (PT), membro da CPI, classificou a situação como “inacreditável”. “É um contrato milionário, que impacta diretamente a vida da população, operando há mais de uma década praticamente no escuro. Isso é muito grave”, declarou.

Segundo as informações colhidas na comissão, os únicos três relatórios produzidos pelo REMID (Relatório de Monitoramento Independente) — nos meses de agosto, setembro e outubro — só foram elaborados por exigência do Tribunal de Contas do Estado. E o mais alarmante: boa parte dos indicadores apresentados nesses relatórios foi baseada em dados fornecidos pelo próprio Consórcio Guaicurus, ou seja, o fiscalizado entregando os dados para sua própria auditoria. “É como se eu fornecesse as informações para minha auditoria independente me auditar. Um absurdo completo”, criticou Luiza.

A CPI segue ouvindo depoimentos e reunindo documentos para identificar responsabilidades, apurar irregularidades e propor soluções para garantir mais transparência, controle público e qualidade no serviço prestado à população.

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